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BE Castanheira de Pera

Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera

Visitas à Exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (IX)

14.06.16

Visitas à Exposição

"A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (IX)

 

 

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A Prof. Ana Paula Vidal, a Prof.ª Fátima Domingues e o Prof. Paulo Silveiro

a observarem trabalhos da antiga Escola Primária em exposição.

 

 

Ao longo das semanas em que decorreu a exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê", organizada pela Equipa BE e pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas na sala A4 da escola sede deste agrupamento de escolas, vários foram os professores e elementos da comunidade local que a visitaram em horários extra programa, acompanhados por elementos da Equipa BE.

 

Abaixo ficam imagens captadas em algumas dessas visitas guiadas. 

 

No dia 25 de maio, a professora Ana Paula Vidal e a professora Fátima Domingues dirigiram-se à biblioteca escolar e pediram uma visita guiada à exposição, que foi conduzida pelo professor Paulo Silveiro.

 

 

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O Prof. Paulo Silveiro a indicar os retratos do Dr. Oliveira Salazar

e do Presidente da República Almirante Américo Thomaz por cima do quadro

— e como Salazar nos segue sempre com o olhar...

 

 

A professora Ana Paula Vidal e a professora Fátima Domingues apreciaram muito a montagem da exposição e todos os objetos e materiais escolares antigos expostos, partilhando memórias da escola de antigamente com o professor Paulo Silveiro e com a professora Isabel Belchior, também presente. 

 

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O Prof. Paulo Silveiro com uma palmatória nas mãos

e a Prof.ª Ana Paula Vidal a recordar o seu uso.

 

 

Na escola do Estado Novo, o processo de ensino-aprendizagem era à força da memorização de conteúdos, da intimidação, da humilhação e de duros castigos corporais, que dependiam do carácter e bom-senso de cada professor.

 

A professora Fátima Domingos recordou com desgosto o seu professor primário, particularmente severo nos castigos que aplicava, e as dores nas mãos causadas pela palmatória, ou as vergastadas com uma cana fina que, muitas vezes, era aplicada por um aluno a outros (com ou sem culpa), senão, levava ele próprio... Havia mesmo ocasiões em que, quando um aluno merecia castigo e levava com a palmatória, todos tinham de se enfileirar para levar com ela também... 

 

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A Prof.ª Fátima Domingues, com interesse e gosto,

fez questão de fotografar cada pormenor da exposição.

 

 

Também a professora Ana Paula Vidal lembrou o excesso de exigência da atenção e obediência ao professor que tinham de ser totais da parte dos alunos, e de tudo ter de se memorizar nas matérias dadas, sem lugar para o espírito crítico e para a criatividade.

 

As professoras falaram também de diversos outros castigos, tal como os alunos terem de se ajoelhar sobre grãos de milho ou de feijão, a um canto da sala de aula, durante horas, e as dores que isso causava.


 

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Os trabalhos da Escola Primária de uma antiga aluna, a Prof.ª Lília Lopes,

de Castanheira de Pera, foram admirados e despertaram mais memórias...

 

 

Durante o regime político do Estado Novo, os alunos tinham de aprender de cor o Decálogo do Estado Novo e em todas as lições havia mensagens de obediência ao regime político e a Salazar. Ninguém podia fazer a mínima crítica política, pois nunca se sabia quem podia estar a ouvir e fazer uma denúncia — daí a expressão "as paredes têm ouvidos" — sob pena de perder o emprego e ser enfiado na prisão pela P.I.D.E., torturado e/ou deportado do país.

 

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Os professores a comentarem os cartazes de propaganda nacional.

 

 

Também a professora Fernanda Paula Pais visitou a exposição nesse dia, igualmente com o Prof. Paulo Silveiro.

 

A Prof.ª Fernanda Paula Pais admirou a montagem da exposição, tão próxima da realidade vivida, e partilhou as suas recordações do tempo de aluna, assim como as duras condições económicas da época, que tanto dificultavam o prosseguimento de estudos além da Escola Primária para a maioria da população. E recordou os vários professores na sua família, que tiraram o curso de professores primários, pela sua sede de conhecimento e de cultura.

 

 

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 O Prof. Paulo Silveiro e a Prof.ª Fernanda Paula Pais a observarem

a propaganda do Estado Novo.

 

 

Sempre atenta às observações dos colegas presentes, a professora Fernanda Paula Pais foi falando das suas memórias, sempre com um misto de tristeza e de alegria, enquanto observava os mapas e cartazes em exposição. Depois, teve a oportunidade de folhear alguns manuais escolares mais antigos e experimentou escrever na lousa ou ardósia, algo que a sensibilizou bastante.

 

 

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 A Prof.ª Fernanda Paula Pais a escrever numa lousa (ou ardósia)

da antiga Escola Primária.

 

 

Todos quantos visitaram a exposição e assistiram às visitas guiadas e palestras dadas manifestaram uma grande satisfação e apreço pelas atividades programadas, dando os parabéns a todos os intervenientes pelo sucesso na sua organização e dinamização.

 

Visita à Exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (VIII)

08.06.16

Visita à Exposição

"A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (VIII)

 

 

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 A Prof.ª Lília Lopes a exemplificar a escrita na lousa.

 

 

No dia 6 de junho, os alunos do 2.º ano, acompanhados pela professora Lília Brito e guiados pela professora Teresa Magéssi, visitaram a Exposição "Escola: Quem te viu e Quem te vê".

 

Os alunos mostraram muita curiosidade por todos os objetos da sala de aula, colocando questões, e mostraram-se muito entusiasmados. 

 

 

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A Prof.ª Lília Brito mostrou os manuais antigos aos alunos.

 

 

A professora Lília Lopes explicou aos alunos como tinha decorrido a sua escolaridade, o que faziam os alunos quando chegavam à escola, a utilidade de alguns objetos, e deu exemplos de castigos que eram aplicados pelas professoras de antigamente.

 

 

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 Os alunos estavam curiosos em relação a tudo o que viam e ouviam.

 

 

 

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 "Havia tinteiros nas carteiras para os meninos escreverem

com canetas de aparo e que se enchiam com este frasco..."

 

 

Foi com emoção que a professora Lília Lopes explicou como foi ser aluna da escola antiga, mostrando também alguns dos seus trabalhos da Escola Primária, em exposição, e como é hoje ser professora da escola moderna.

 

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A Prof.ª Lília Lopes com a antiga bata de professora,

explicando a razão para o seu uso.

 

 

Salientou o facto de os alunos, antigamente, terem de fazer vários quilómetros a pé para irem para a escola, e chamou a atenção dos alunos para o Diploma que cada criança recebia no final da 4.ª classe, em exposição na parede ao fundo da sala de aula.

 

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 Todos os alunos gostaram muito da atividade.

 

 

Seguidamente, a professora Lília Lopes e os alunos foram para biblioteca escolar assistir a uma sessão de cinema com o filme de animação "Mr. Peabody & Sherman", que muito os divertiu.

 

No final, receberam ainda um pacotinho de pipocas que fez a delícia das crianças.

 

Visita à Exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (IV)

03.06.16

Visita à Exposição

"A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (IV)

 

 

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 A Prof.ª Margarida Freire a mostrar as ferramentas de trabalho antigas.

 

 

No dia 30 de maio, a Prof.ª Margarida Freire fez a visita guiada à exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê", com os alunos das turmas do 6.ºA e 6.ºB, tendo alguns a possibilidade de se sentarem nas antigas carteiras de escola, cedidas para a exposição pela Junta de Freguesia do Coentral.

 

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 Uma carteira com material escolar da 1.ª classe.

 

Perante os mapas e pósteres de propaganda nas paredes da sala de aula, a Prof.ª Margarida Freire principiou por referir o peso que a ideia de um extenso e glorioso Império tinha no quotidiano dos portugueses, inculcada desde tenra idade nos meninos através da instrução escolar. Os alunos eram obrigados a conhecer bem a História e Expansão do Império, e a saber de cor os principais rios, estações de caminhos de ferro e cidades de Portugal, ilhas e colónias do ultramar, e caso não os soubessem, havia castigos corporais com ou sem a palmatória, que ficava sempre em cima da mesa do professor. 

 

No reforço da autoestima nacional, fazia-se a exaltação da História de Portugal, como uma grande nação com muita e nobre história e que, em também em termos territoriais, era um grande país, se somados os territórios das ilhas e das colónias portuguesas, e assim era demonstrado através de propaganda, com esses territórios justapostos a mapas da Europa e dos EUA, em várias línguas. 

 

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 Pósteres com "A Historiazinha de Portugal" e a Mocidade Portuguesa Feminina,

aprovada por decreto, em dezembro de 1937, um ano depois da Mocidade Portuguesa (masculina).

 

 

Apontando para alguns dos pósteres de Educação Nacional em exposição, a Prof.ª Margarida Freire falou na organização social do Estado Novo, que girava em torno das ideias "Deus, Pátria e Família", distinguindo-se os papéis da mulher, destinada à organização da casa e à criação da família, e do homem, o líder e sustento da casa. O percurso escolar das meninas e dos meninos era separado, com ênfase no ensino de lavores femininos e economia doméstica às meninas, e o desporto e a preparação militar aos meninos, também através da Mocidade Portuguesa (feminina e masculina).

 

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 A propaganda da Educação Nacional: "As lições de Salazar".

 

 

Também na disposição da sala de aula estavam presentes os símbolos nacionais reflexo da trilogia nacional, com os retratos do último Presidente da República Almirante Américo Tomás e do Presidente do Conselho António de Oliveira Salazar (culto do líder), de cada lado de um crucifixo (símbolo religioso), juntamente com a figura do professor. 

 

O professor, figura de máximo respeito, autoridade e saber, tinha então a responsabilidade de educar as crianças e poder para as castigar fisicamente, se preciso fosse, tal como um pai (muitas vezes, de forma violenta, mas inquestionada).

 

A Prof.ª Margarida Freire falou na diferença em equipamento escolar - no quadro, nas ferramentas de trabalho, e no tipo de carteiras, curiosamente mais ergonómicas do que as mesas atuais, prevenindo alguns problemas de saúde. O estrado onde se encontrava a mesa do professor primário mostrava a distância do professor ao aluno, na hierarquia social.

 

Por fim, a Prof.ª Margarida Freire referiu-se ao material escolar - lousas, livros, manuais, cadernos e canetas de aparo, cuja durabilidade se prolongava várias gerações, ao contrário dos dias de hoje, em que os manuais têm uma vigência de apenas quatro anos (às vezes, menos) e o outro material escolar - lápis, canetas, borrachas, réguas... - são de desgaste rápido.

 

 

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 Uma carteira com material da 3.ªclasse:

Note-se o tinteiro para as canetas de aparo.

 

 

Os alunos puderam ver e tocar nos livros antigos e nas lousas, e apreciaram a letra bem desenhada dos trabalhos de uma aluna da 1.ª classe da Escola Primária, em 1970.  

 

Visita à Exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (III)

02.06.16

Visita à Exposição

"A Escola: Quem te viu e Quem te vê" (III)

 

 

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No dia 1 de junho, um grupo de Senhoras que frequentam o Centro Paroquial de Castanheira de Pera, visitaram a Exposição "A Escola: Quem te viu e Quem te vê". 

 

As senhoras foram acompanhadas pela professora Teresa Magéssi e recordaram com agrado alguns dos objetos expostos, nomeadamente, os manuais, as sacolas e as lousas. 

 

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As Senhoras iam comentando o que viam, com admiração por se reencontrarem numa reconstituição tão próxima da realidade que viveram. Recordaram alguns dos momentos vividos naquela época, com saudades, mas também com alguma angústia, tendo em conta as caraterísticas da época.

 

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Todas as Senhoras contaram histórias e peripécias do seu tempo de escola, umas divertidas, outras tristes, pois na época, os professores eram muito exigentes, severos e aplicavam castigos muito duros e humilhantes aos alunos, se estes se distraíam, não sabiam a lição ou não faziam o trabalho de casa... 

 

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 As Senhoras a admirarem os cartazes da propaganda

da Educação Nacional do Estado Novo.

 

Seguidamente, as Senhoras assistiram na Biblioteca Escolar ao filme « Aniki  Bobo», do realizador Manoel de Oliveira, que completou o retrato da Escola no Estado Novo, através das aventuras das suas personagens infantis dentro e fora da escola.

 

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Todas as Senhoras manifestaram agrado pela atividade, elogiando a montagem da exposição e a ideia igualmente oportuna da sessão de cinema.