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BE Castanheira de Pera

Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera

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Queres saber como eram as estátuas da Antiguidade Clássica?

01.05.16

Queres saber como eram as estátuas

da Antiguidade Clássica?

 

 

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A réplica pintada de um arqueiro 490 aC (no Parthenon, em Atenas) atesta a meticulosa investigação do arqueólogo alemão Vinzenz Brinkmann em cores de antigas esculturas. A estátua original veio do Templo de Afaia na ilha grega de Aegina. (Stiftung Archäologie, Munique).

 

 

As estátuas gregas antigas eram originalmente pintadas com cores berrantes, mas após milhares de anos esta tinta saiu. Descobre como uma luz pode ser a única coisa que pode nos ajudar a vê-las como eram na antiguidade

 

Apesar de ser impossível pensar que ainda exista algo a ser descoberto depois de milhares de anos de vento, sol, areia  e estudantes de arte, descobrir os padrões perdidos nas antigas esculturas gregas pode ser só uma questão de iluminá-las com a lâmpada certa, da forma certa. Uma técnica chamada “raking light” (luz rasante) tem sido usada há algum tempo em análise artística e consiste em posicionar uma lâmpada cuidadosamente, de modo que o caminho da luz seja quase paralelo à superfície do objeto. Quando usada em pinturas, a técnica torna obviamente visíveis as pinceladas, assim como sujidades e imperfeições. Em estátuas, o efeito é mais subtil. Já que tintas diferentes envelhecem a velocidades diferentes, a pedra está elevada em alguns lugares – protegida da erosão pela sua camada de tinta – e mais baixa noutros. Os padrões elaborados tornam-se visíveis.

 

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 Comparação entre a estátua original e a réplica com as cores reconstituídas.

 

 

A luz ultravioleta também é usada para distinguir padrões. O UV faz com com que muitos compostos orgânicos fluoresçam. Os negociantes de arte usam luzes UV para verificar se obras de arte foram retocadas, já que as tintas antigas têm bem mais compostos orgânicos do que as mais novas. Em estátuas da Grécia antiga, pequenos fragmentos de pigmento que ainda restam na superfície brilham, iluminando padrões mais detalhados.

 

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 Cabeça de guerreiro (Templo de Afaia na ilha grega de Aegina).

 

 

Depois de o padrão ser mapeado, há ainda o problema de descobrir que cores usar na reconstituição. Uma série de azuis escuros vão criar um efeito bem diferente do que uma combinação de dourado e rosa. Mesmo se for deixada uma quantidade suficiente de pigmento para que o olho nu perceba a cor, alguns milhares de anos de idade podem modificar bastante o aspeto de uma estátua. Não há como saber se a cor vista hoje tem qualquer coisa a ver com a tonalidade original.

 

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 A estátua original do Imperador Augusto e a sua réplica,

com as cores reconstituídas.

 

Mas há uma solução para este dilema. As cores podem esmaecer com o tempo, mas os materiais originais – pigmentos derivados de animais e plantas, pedras quebradas ou conchas – ainda têm a mesma aparência. Isso também pode ser visto pela técnica das luzes.

 

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 Na réplica, o leão de Loutraki ganha vida com as cores recém-descobertas por Vizenz Brinkmann.

 

 

Os raios infravermelhos e a espectroscopia de raios X podem ajudar os pesquisadores a entender do que são feitas as tintas, e qual era a aparência original delas.

 

(...)

 

As esculturas reconstruídas integraram em 2008 a exposição “Deuses a cores: escultura pintada da Antiguidade Clássica", no Museu Arthur M. Sackler da Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts (EUA), com outras obras na Getty Villa em Malibu, California (EUA), onde foram apresentadas mais de 20 reconstruções a cores em tamanho real de obras gregas e romanas, ao lado de 35 estátuas originais e relevos.

 

In  Cliografia, GizmodoColourLovers, Archive Archaeology e Smithsonian Magazine

NB: Texto editado e passado para a oralidade de Portugal pela Equipa BE.

Imagens:  Stiftung Archaeologie