Projeto Memórias - Registos locais de Castanheira de Pera: José Tavares
A Rede de Bibliotecas Terras de Monsalude (RB Monsalude) inaugurou dia 23 de abril de 2020, o espaço online do projeto: Memórias das Terras de Monsalude. No separador Memórias, deste portal, é possível consultar o produto do trabalho de recolha de património material e imaterial, implementado por esta rede de bibliotecas. O projeto, dinamizado pelas bibliotecas públicas, escolares e arquivo municipal, dos três concelhos que integram esta rede, pretende valorizar as comunidades locais e as suas vivências, recolher, preservar e divulgar as memórias relacionadas com as suas formas de vida, ao mesmo tempo que valoriza o património cultural e recupera as memórias para as gerações vindouras.
Agradecemos, reconhecidamente, a todos aqueles que generosamente se disponibilizaram para oferecer o seu testemunho e/ou partilhar materiais diversos, contribuindo para a construção coletiva da identidade local, tão relevante no mundo global.
O projeto é cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do Fundo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de 2017, integra a Rede de Bibliotecas Escolares e conta com a colaboração da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, do Politécnico de Leiria e da Memoria Imaterial CRL. Os produtos da recolha já efetuada em Castanheira de Pera estão intimimamente ligados à tradição da indústria têxtil e aos seus usos e costumes.
Convidava todos os leitores a visualizar o seguinte registo: (Carregue AQUI!)
Nome: José Tavares e Jacinto Coelho de Jesus (filho)
- Título: Fabrico de barretes tradicionais
- Categoria: PCI / Saber-Fazer
- Data de Nascimento: 1962 / 1993
- Local de Registo: Mini parque industrial do Safrujo
- Concelho: Castanheira de Pera
- Data de registo vídeo: Outubro 2019
Resumo:
José Augusto de Jesus Tavares, com 57 anos à data desta entrevista (2019), fala-nos do fabrico de Barretes Tradicionais em Castanheira de Pera. À frente da fábrica JOTAVE desde os anos 80, José Tavares mantem a produção destes barretes, atividade desenvolvida em paralelo com a produção doutras peças de vestuário, especialmente meias. José Tavares descreve a evolução deste fabrico desde os anos 40 do século XX, quando uma grande parte dos homens portugueses usavam barrete (verde para os campinos e preto para os pescadores, agricultores e outros) até aos dias de hoje, com uma venda limitada deste produto.
Os barretes tradicionais são feitos a partir de linha branca de lã (para o exterior) e preta e vermelha de algodão (para o gorro). José Tavares fabrica a malha num tear circular, já centenário. A malha é lavada para filtrar, ficando mais consistente e apertada. Depois vai para a tinturaria para ser tingida. A seguir, ainda com um grau de 50% de humidade, é cortada em diferentes tamanhos (existe 4 tamanhos de barretes, entre 50 cm e 35 cm). A malha cortada é colocada em formas de ferro e vai secar durante um dia ao sol ou em estufa. Por fim, são feitos os acabamentos, coloca-se o forro, cozem-se as costuras e junta-se o berloque.