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BE Castanheira de Pera

Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera

Livros censurados - Estado Novo : O canto e as armas

26.04.24

O Canto e as Armas_2.jpg.png

Este livro de poesia aborda temáticas como a guerra, a liberdade e as injustiças sociais, assuntos proibidos durante o Estado Novo. Manuel Alegre, já refugiado no exílio, também foi uma vítima da censura: os seus livros de poesia Praça da Canção (de 1965) e O Canto e as Armas (de 1967) foram proibidos e os (poucos) exemplares encontrados pela PIDE foram apreendidos. É que ambas as edições se tinham esgotado em poucos dias. Poemas desses dois livros tornaram-se símbolos da luta antifascista, cantados, entre outros, por Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira.

"Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz."

Livros censurados - Estado Novo : Cerromaior

26.04.24

Cerromaior.jpg

A trama de Cerromaior gira em torno de Adriano, dividido entre as suas origens e a consciência que toma da verdade da sua terra, e que acaba por tomar a defesa dos mais desprotegidos. Literariamente, este romance descreve um círculo, sendo a cena inicial em que encontramos Adriano na prisão local o termo da trama. Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a ação do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»
A apreciação que o censor fez desta obra é particularmente cândida, ao considerar que, sem o autor ter de «defender ou atacar qualquer tese», a realidade da vida do trabalhador rural alentejano, tal como ela se apresentava já era suficientemente detestável e, portanto, passível de censura. Não se pode ser mais ingénuo ou mais cínico do que isto!

Espetáculo : 50 ANOS DE ABRIL

15.04.24

Cartaz - 50 anos de Abril-1 (Pequeno).jpg

50 anos de abril

SINOPSE

 Um ator/narrador e dois músicos vão:

  • Falar da festa e fazer a festa.Falar das cantigas que fizeram Abril e cantá-las.
  • Falar da polícia que prendia pessoas só pelo que pensavam e diziam.
  • E da guerra Colonial, na Guiné, em Angola e Moçambique, para onde eram chamados os rapazes a partir dos 18 anos.
  • E dos que iam para a guerra e não voltavam.
  • E dos militares que iam e vinham da guerra, e voltavam a ir e voltavam a vir, e voltavam a ir até já não poderem mais.
  • Falar dos emigrantes, milhares e milhares de homens e mulheres que não ganhavam para ter uma vida decente e fugiam de Portugal para arranjar trabalho em França, na Alemanha e noutros países.
  • Falar dos meninos que andavam descalços porque os pais não tinham dinheiro para lhes comprar sapatos.
  • E dos meninos que na altura de entrar para a escola não podiam entrar para a escola porque os pais precisavam que eles também fossem trabalhar.
  • E da quantidade de pessoas que não sabiam ler nem escrever (40% da população em 1974).
  • Falar das prisões e do dia em que os portões se abriram para deixar sair os presos.
  • E da festa de Abril.
  • Das canções que enchiam as ruas, dos cantores e poetas que corriam o país de Norte a Sul levando palavras de alegria e esperança.
  • E das campanhas de alfabetização levadas a cabo pelos militares de Abril.
  • E das ruas que se encheram de abraços.
  • E dos olhos que se encheram das mais belas páginas dos livros e dos sonhos.
  • E das palavras amizade, amor, liberdade que devem ser a estrada por onde a nossa vida possa caminhar.

Ficha Técnica

Com texto de José Fanha

Interpretação de Diogo Carvalho

Músico ao vivo José Rebola / Pedro Ferreira

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