Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera
Mais para ler
https://www.publico.pt/2021/10/07/culturaipsilon/noticia/abdulrazak-gurnah-premio-nobel-literatura-2021-1980165
Abdulrazak Gurnah tem 73 anos e tem apenas uma obra traduzida em Portugal - Junto ao Mar, editada em 2003 pela Difel, e que esteve na lista de candidatos ao prémio Booker. Gurnah nasceu e cresceu em Zanzibar e vive em Inglaterra desde a década de 1960, onde chegou inicialmente enquanto refugiado. A sua obra consiste em dez romances publicados e alguns contos. O tema da vida dos refugiados permeia a sua obra e é um dos elementos destacados pelo júri do Nobel da Literatura na defesa da sua distinção.
Mais para ler
Num tempo de grandes mudanças, muitos alimentam visões “fantásticas” de um futuro sem escolas e sem professores. As escolas seriam substituídas por diferentes situações de aprendizagem, em casa e noutros lugares, através de momentos presenciais e virtuais. Os professores seriam substituídos por dispositivos tecnológicos, reforçados pela inteligência artificial, orientando a aprendizagem de cada criança, de forma personalizada, graças a um conhecimento aprofundado do seu cérebro e das suas características.
Seria um futuro sem futuro, pois a educação implica a existência de um trabalho em comum num espaço público, implica uma relação humana marcada pelo imprevisto, pelas vivências e pelas emoções, implica um encontro entre professores e alunos mediado pelo conhecimento e pela cultura. Perder esta presença seria diminuir o alcance e as possibilidades da educação.
Hoje, mais do que nunca, precisamos dos professores. O próximo relatório internacional da UNESCO tem um título que diz muito: Reimagining our futures together: A new social contract for education. Os professores são indispensáveis para construir os futuros da educação, criando as condições para uma educação partilhada, através da qual os alunos aprendam a pensar, a colaborar e a estudar juntos.
Recordo-me de três professores extraordinários que marcaram a minha vida no Liceu Nacional de Oeiras, no final da década de 1960:
- Luís Ardisson Pereira, professor de Filosofia, ensinava-nos a pensar – num tempo de ditadura, o seu ensino respirava liberdade, colocava-nos perante problemas, obrigava-nos a perguntar, e a tentar responder, era um exemplo notável da uma pedagogia da autonomia;
- José Esteves, professor de Educação Física, ensinava-nos a colaborar – para ele, o desporto era um exercício de cooperação, e até de cidadania, uma forma de nos relacionarmos uns com os outros e de agirmos em conjunto, não de competirmos;
- Marinete Leitão, professora de Matemática, ensinava-nos a estudar – no seu magistério exigente reconheço as palavras sábias do filósofo francês Alain: “difícil é conseguir que, no fim, as crianças se agradem com aquilo que, no princípio, não lhes agradava nada”.
A história da profissão docente é feita de exemplos notáveis, como estes que referi a partir da minha própria experiência. No presente, em todo o mundo, continuamos a encontrar professores extraordinários que inspiram e transformam a vida de milhões de crianças e de jovens. A educação é sempre uma relação humana e intergeracional. A pandemia serviu para mostrar que os professores são mesmo insubstituíveis.
António Nóvoa
Paris, 2021
Mais para ler
Eis uma mão-cheia de contos e lendas de Portugal e de outras regiões do Mundo: de Angola, Moçambique, Timor, Espanha, França, Alemanha, do povo cigano e até do mundo árabe. Histórias para ler, reler e contar. Um nunca acabar de modos de encantar, de ter graça, de emocionar e de transmitir ensinamentos.
Título: Contos e Lendas de Portugal e do Mundo
Autor(es): João Pedro Mésseder e Isabel Ramalhete (Seleção, adaptação e reconto)
Ilustrações: Fátima Afonso
Pode encontrar este livro da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera.
Mais para ler