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BE Castanheira de Pera

Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera

BE Castanheira de Pera

Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera

Concurso Nacional de Leitura 2018

30.11.18

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Todos os alunos do Agrupamento de Escolas Dr. Bissaya Barreto - Castanheira de Pera foram convidados a inscreverem-se para o Concurso Nacional de Leitura. Para tal só têm de ler a obra selecionada para o seu nível de ensino e, dia 11 de dezembro, pelas 13:20, responder acertadamente ao maior número de questões colocadas.

Serão selecionados os dois melhores alunos de cada nível de ensino para representar a escola na fase intermunicipal. 

Vem inscrever-te! Ainda vais a tempo de requisitar e ler o livro selecionado! PARTICIPA.

 ******* INCENTIVE O SEU EDUCANDO A PARTICIPAR *******

 

TEATRO: Senhor do seu nariz

20.11.18

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O senhor do seu nariz, um dos cinco divertidos contos desta obra homónima, é um rapaz que foi fadado para ter um nariz do tamanho de um chouriço, o que lhe tornou a vida difícil durante algum tempo. Era diferente dos outros com aquele nariz que atrapalhava muito, pelo que passou a viver longe da aldeia em que nascera. Mas, ao mesmo tempo, ser narigudo trouxe vantagens como ter um olfato apurado, uma capacidade que se revelou preciosa para a aldeia e fez do rapaz um herói, ou seja, aos poucos, a sua desgraça transformou-se em graça.
Esta é uma história cheia de humor, poesia, reviravoltas inesperadas, que incentiva os mais novos a olhar para si e para os outros de mente aberta e sem julgamentos: somos todos diferentes e são essas diferenças que nos tornam únicos e especiais! A peça ajuda a criança a construir a sua própria identidade, a sua relação com o mundo e a tornar-se num ser ativo e tolerante.
Apelando ao imaginário, permite a transposição de universos, a vivencia de outros modos de ser, a resolução de conflitos interiores e de problemas de ordem psicossocial. É, por isso mesmo, um fator decisivo na sua maturidade, no seu equilíbrio afetivo e na sua inserção no coletivo da escola e da comunidade em geral.

Sobre o Autor
Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesias e poemas no início dos anos 80, e em 1982 publicou o seu primeiro livro para crianças: Histórias com Muitas Letras. Desde então, construiu uma obra singular e diversificada para crianças e jovens, que integra poesia, conto, ficção e textos dramáticos, repartindo-se por cerca de 80 títulos, caracteriza-se pela originalidade e invenção, quer na escolha dos temas quer no seu tratamento.
Têm-lhe sido atribuídos vários prémios, entre os quais se destacam os que foram atribuídos pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura entre 1981 e 1985, o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens em 2002 com o livro Hipopóptimostória de Amor e a nomeação para a Lista de Honra do IBBY (International Board
on Books For Young People) em 2002, com O Limpa-Palavras e outros Poemas.

DOSSIER: Leitura em voz alta

20.11.18

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Sabia que existe uma maneira de melhorar as competências de uma criança na escola? Que é uma maneira divertida e deliciosa, que fortalecerá a ligação da criança com a escola? E que não tem de pagar nada por ela, é grátis? Parece bom demais para ser verdade? Na verdade, não é. O método mágico: ler em voz alta para o seu filho ou aluno.

Quem o assegura é a organização norte-americana Read Aloud, cujo slogan é Leia em Voz Alta 15 minutos. Cada criança. Cada Pai/Mãe. Cada Dia.

Esta organização sustenta o seu trabalho em investigações científicas e opiniões reputadas, para que não se situe apenas no domínio da opinião, mas no âmbito da(s) ciência(s) da educação. Assim, por exemplo, cita uma pesquisa recente segundo a qual a leitura em família é uma das técnicas mais eficazes, uma vez que se demonstrou que as crianças cujos pais leem em voz alta adquirem competências de linguagem e chegam mais bem preparadas à escola. “Ler em voz alta para crianças pequenas, particularmente de forma envolvente, promove a alfabetização emergente e o desenvolvimento da linguagem e apoia a relação entre a criança e os pais”, pode ler-se nos Archives of Disease in Childhood. A estes benefícios, pode acrescentar-se a aquisição de vocabulário, a melhoria da capacidade de aprender a ler e, talvez mais importante, a promoção do amor aos livros e à leitura, ao longo da vida.

Jim Trelease, no best-seller, The Read-Aloud Handbook defende que, sempre que lemos para uma criança, estamos a enviar uma mensagem de “prazer” para o seu cérebro. E isto é importante quando a atenção da criança é reclamada pela televisão, pelos filmes, pela Internet, pelos videojogos e as inúmeras atividades pós-escola. Além disso, as experiências negativas de/com a leitura — frustrações em aprender a ler ou o tédio de algumas «leituras escolares» — podem afastar as crianças da leitura e ter consequências a longo prazo. Ainda segundo Jim Trelease, os alunos que leem muito e melhor, conseguem melhores resultados e permanecem mais tempo na escola.

A leitura em voz alta é, de acordo com o histórico relatório norte-americano de 1985, intitulado Becoming a Nation of Readers, “a atividade mais importante para a construção do conhecimento necessário para o sucesso final na leitura”.

Apesar deste conselho, conclui o Read Aloud, alguns educadores e muitos pais não leem em voz alta para crianças desde cedo e, portanto, não conseguem cultivar leitores ávidos e habilidosos. E isso é especialmente verdadeiro para crianças com famílias de baixo rendimento. De acordo com o Fórum Interagência Federal sobre Estatísticas da Criança e da Família americano, apenas 48% das famílias abaixo do nível de pobreza liam aos seus pré-escolares todos os dias, em comparação com 64% das famílias cujos rendimentos atingiram o nível de pobreza ou acima desse nível. As crianças de famílias de baixo rendimento também são menos propensas a contactar com materiais impressos.

A boa notícia para todas as famílias é que este pedaço de sabedoria parental é fácil de seguir. Ler em voz alta para o seu filho requer apenas um livro livre, um cartão de biblioteca (se necessário) e sua vontade de passar um pouco de tempo de qualidade com ele(s). E enquanto os sacrifícios para ler em voz alta são poucos, os benefícios são muitos: o seu filho pode aprender a ler melhor, a pensar melhor, a imaginar mais ricamente e a tornar-se um leitor apaixonado e permanente. Mais do que esses benefícios a longo prazo, no entanto, são os mais imediatos: os prazeres de passar o tempo com seu filho e compartilhar o prazer de um bom livro.

OS BENEFÍCIOS DA LEITURA EM VOZ ALTA

A EU Read, consórcio que agrupa diversas organizações europeias que trabalham pela promoção da leitura (e do qual faz parte o nosso Plano Nacional de Leitura), lançou a campanha Reading aloud, reading together (Lendo em voz alta, lendo juntos), que, como diz o slogan visa a promoção da leitura em voz alta e em companhia de outros. Segundo explica a dita organização, a leitura em voz alta é muito importante para as crianças, porque permite criar momentos de partilha de um grande valor emocional, que as torna, de certo modo, cúmplices da história que se lê, favorecendo o desenvolvimento das competências de leitura, normalizando a leitura e criando um ambiente em que a criança tenha necessidade e interesse em continuar a ler.

Uma pesquisa breve e descomprometida, a modo de sinopse comparativa, leva-nos propor-vos hoje um decálogo de benefícios da leitura em voz alta (consciente de que muitos outros podem ser apontados e até este pode seguramente ser desdobrado). Confiamos ao leitor o discernimento ajustado.

A LEITURA EM VOZ ALTA:

 1 – Contribui para estreitar os vínculos afetivos, já que é uma atividade que se faz, pelo menos, na companhia de outro(s) e por prazer. Ao ler em voz alta estamos a estabelecer laços emocionais com as crianças, de uma forma descontraída e geradora de confiança e alegria. Isto fortalece as relações afetivas e sociais com os familiares, os educadores, os companheiros e amigos…, e fomenta também a escuta dos outros.

2   – Ajuda ao desenvolvimento da linguagem e a ampliar o vocabulário, uma vez que se aprendem palavras novas e melhora-se a dicção. Quantas mais palavras escutar uma criança, mais vocabulário adquirirá, sendo importante que lhe expliquemos o significado daquelas palavras que não entenda. Este tipo de leitura torna ainda mais fácil a identificação da acentuação correta, o reconhecimento dos sinais de pontuação e o seu funcionamento (pausas em vírgulas e pontos, como soa uma interrogação ou uma exclamação, etc.).

3   – As leituras aportam mensagens e aprendizagens sobre / para a vida. O que conhecemos como a “moral” dos contos, fica de modo inconsciente no pensamento. É bom também que aproveitemos para refletir com as crianças sobre estas mensagens, que lhes peçamos opinião e partilhemos também a nossa (sem moralizar).

4 – Desenvolve a atenção e a concentração. Quando uma criança escuta umconto, está a prestar atenção ao que dizemos, e, sem dar-se conta, está a treinar a sua concentração, com uma atitude descontraída.

5 – Favorece o desenvolvimento do pensamento (crítico). Através de mundosnovos e maravilhosos que a leitura frequentemente oferece fazemos com que a criança, pouco a pouco, desenvolva a sua capacidade de pensar e pensar criticamente, desenvolvendo ainda a compreensão leitora e a percepção auditiva.

6 – Exercita a imaginação e a criatividade. Escutar contos/poemas/históriassupõe “imaginar” o que está a acontecer. Podemos promover este processo, utilizando recursos como a entoação e as pausas.

7 – Aporta o conhecimento de conceitos. Através da leitura aparecerão deforma natural conceitos que as crianças desconhecem, tendo nós, desta forma, a oportunidade de fazer com que construa o (re)conhecimento destes conceitos. Isto permite que se leia com mais desenvoltura, imprimindo velocidade de dicção. Ajuda também a detetar erros e a corrigi-los com maior facilidade do que a leitura silenciosa.

8   – Ajuda as crianças a ler por si mesmas, fomentando o gosto pela leitura. Ver os adultos a ler é, sem dúvida, o melhor argumento para convencer uma criança de que a leitura pode ser divertida o proveitosa, e assim ajudar a descobrir o prazer da leitura. Promove o gosto e o interesse pelos livros.

9   – Melhora a capacidade de expressão e estimula a imaginação. Através da leitura em voz alta, as crianças escutam expressões, estruturas gramaticais e sintáticas, aprendendo assim a expressar-se adequadamente. A expressividade e a intenção que se coloca no que se lhes lê, proporciona informação suficiente para que a criança, na sua fantasia, reinvente a história. Em idade escolar, facilita também a expressão escrita.

10 – Desenvolve a autoestima e as competências sociais, já que as crianças tendem a identificar-se com as personagens. Contribui também para a superação dos medos e desenvolvimento da autoconfiança. Promove e desenvolve o hábito de expressar-se em público, evitando a vergonha de ver-se exposto. Permite a identificação e expressão de sentimentos e atitudes.

Resta acrescentar que apontar os benefícios da leitura em voz alta não significa menosprezar a importância da leitura silenciosa, recomendável, aliás, à medida que crescem as competências de leitura das crianças. Ainda assim, pode sempre ler-se para / com em voz alta.

Muitos adultos amam tanto a leitura que criam ou participam em clubes de leitura, para partilhar leituras, comentá-las, enfim, enriquecer-se. Digamos que, com as crianças, passar tempo com elas enquanto se lê e fazê-lo em voz alta seria algo assim como criar o nosso próprio clube (familiar) de leitura com elas e para elas.

APRENDEMOS A LER QUANDO OUVIMOS OUTROS A LER!

Quem o afirma é Aidan Chambers, escritor e pedagogo norte-americano, num livrinho intitulado Queres que te conte um conto? Um guia para narradores e contadores (edição em castelhano, de Banco del Libro, Venezuela). Aprendemos a ler, normalmente, do seguinte modo: primeiro, acompanhados por quem sabe ler e, depois, começamos gradualmente a ler autonomamente. O leitor é, por isso, um aprendiz e é-o efetivamente se estiver na «zona de desenvolvimento proximal», isto é, se estiver em contacto com a leitura. Assim, ler em voz alta para as crianças é essencial para ajudá-las a converter-se em leitores. E, segundo Aidan Chambers, «é um erro pensar que a leitura em voz alta é necessária apenas nas etapas iniciais». A leitura em voz alta é tão valiosa e aprender a ler é um processo tão demorado (e nunca acabado) que a leitura em voz alta é necessária durante toda a escolarização e, ousamos dizer, durante toda a vida. O ideal seria que cada pessoa escutasse um fragmento de literatura todos os dias.

Este especialista apresenta mais cinco razões fundamentais (algumas coincidentes com as já apontadas) para ler em voz alta:

  • 1 – A leitura em voz alta mostra-nos como o texto funciona. Cada vez que escutamos um conto, ou poema ou qualquer outro tipo de texto, adquirimos um exemplo mais de como a escrita funciona, isto é, como se estrutura e se organiza, e o que (ou como) temos de fazer«dominar» o texto. Descobrimos, ao ouvir, que tipo de texto está guardado na linguagem do texto.
  • 2  – A leitura em voz alta faz com que o texto impresso ganhe vida poer meio da interpretação. A escrita é, em certo sentido, um guião: com palavras que nos dizem como são as pessoas, o que sentem e como agem. A leitura em voz alta desperta a magia do texto e das personagens. A leitura em voz alta mostra como quem lê «convive» com as palavras e as personagens. Ou seja, a leitura em voz alta possibilita a aprendizagem de que o texto tem um «corpo» e uma «voz» que o leitor tem de «interpretar».
  • 3 – A leitura em voz alta transforma o «difícil» em algo acessível. Quando as crianças são expostas a algo que não são ainda capazes de ler por si mesmas, estamos a ajudá-las a descobrir que vale a pena esforçar-se por ler autonomamente.
  • 4 – A leitura em voz alta estimula a escolha, mostrando que se pode ler vários tipos de textos, de vários modos e com «estratégias» distintas. Pode ler-se uma história completa, seguida de discussão; pode fazer-se um programa de leitura de contos, poemas, inclusive para e em ocasiões especiais; pode ler-se um texto mais extenso ao longo de vários dias; pode ler- se a despropósito, sempre que seja adequado e/ou surja uma oportunidade; pode dramatizar- se um texto, etc., etc.
  • 5 – A leitura em voz alta oferece uma maneira de estar juntos. Além da dimensão social e afetiva, este tipo de leitura é importante para o processo de construção da identidade cultural, ainda que cada pessoa a assuma de modo distinto.

Neste início de ano letivo, pais e professores, não tenham dúvidas: leiam em voz alta, para si, para os seus filhos, para os seus familiares, para os seus alunos, para quem quer que seja, mas leiam…

Boas leituras!

 Ribeiro, João Manuel. (2018). Dossier leitura : Leitura em voz alta. A Casa do João, 5, 30-34.

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