Amor Incondicional
O Amor vai para lá de todas as barreiras da vida, independentemente de quem somos, o que fomos e o que sentimos.
Pois sem amor, não faria sentido a existência humana...
Normalmente, os contos de fadas acabam sempre com finais felizes. A história que vos vou contar não é nenhum conto de fadas, apesar de terminar com um final feliz.
Passa-se no século XVI, onde o ar que se cheirava trazia sempre o rosto das Inquisições ou do Tribunal do Santo Ofício.
Numa pequena província portuguesa morava uma rapariga esbelta e humilde que acabava de completar 18 anos. Chamava-se Margarida, era alta, ruiva e com os cabelos longos, os olhos eram um azul profundo. E apesar da sua excessiva magreza para a época, os homens não deixavam de ficar de boca aberta assim que a viam.
A mãe era uma mulher gananciosa que só queria o que não tinha.
A ganância era tal que se fez passar por uma mulher da nobreza só para conseguir o que nunca conseguiu para si: casar a filha com um nobre.
Levou-a para a Corte de Lisboa. Todos os homens se rendiam aos pés da jovem. Já esta não se interessava; para ela, o amor não era um negócio.
Fazia duas semanas que as duas se encontravam na Corte. Margarida fazia sempre questão de recusar os homens que a mãe lhe apresentava.
— Margarida, não rejeite a mão que lhe dá de comer! — dizia a mãe.
Numa noite, Margarida fugiu à socapa para um jardim onde se pôs a chorar. Margarida sentia-se sozinha e sem forças contra a teimosia da mãe.
Enquanto chorava, uma pessoa aproximou-se, pondo-lhe a mão no ombro. Esta ficou sobressaltada por pensar que era a mãe que a tinha seguido.
Quando se virou, viu a pessoa que lhe tocava. Era um jovem alto e moreno, um nobre chamado Hugo.
Era magnífico. Os seus olhos eram da cor de um chocolate cremoso.
Como é óbvio, os dois renderam-se aos encantos um do outro. Os meses foram passando e eles íam-se encontrando secretamente. Mas o final estava anunciado. Num dia em que Hugo tinha saído da Corte, Margarida foi alvo de uma traição por parte da mãe.
Essa traição iria levar Margarida à fogueira, mas antes disso, à tortura. Pelo menos, era o que todos pensavam. Ela foi levada para um local onde seria torturada.
Quando entrou, deparou-se com Hugo.
Os dois tinham sido deixados sozinhos, pois Hugo tinha sido nomeado para fazer a sua primeira Inquisição. Mas, quando viu quem era, ficou chocado. Começou por lhe perguntar o que se passava. Esta, entristecida, contou-lhe toda a sua história.
A missão dele era matá-la, mas não conseguia, pois ela era a mulher que ele amava. Os dois fugiram para o Norte da Ásia.
Apesar de todas as tentativas, as tropas do Reino de Portugal nunca os conseguiram encontrar.
E agora sim, posso dizer que viveram felizes para sempre... quer dizer, até morrerem.
Bella
NB: Texto escrito com um pseudónimo. Texto editado pela Equipa BE.